quinta-feira, 26 de julho de 2018

Segundo o Dieese, em junho de 2017 o preço médio do botijão de 13 kg no estado correspondia a R$ 54,65, passando para R$ 69,02 em junho de 2018
O gás de cozinha teve o valor congelado em R$ 13,51 nas refinarias da Petrobras, entre janeiro de 2003 e agosto de 2015


Levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) entre as famílias inclusas entre as 10% mais pobres (1º decil) do Brasil, revela que o aumento de preço do gás de cozinha pesou mais no orçamento daquelas que vivem no Maranhão (59,0%), cujo rendimento mensal chega até R$ 117,04.
Mesmo no segundo patamar (2º decil), o maranhense com rendimento mensal até R$ 418,58 também foi o mais afetado pela alta do gás de cozinha no país, com peso de 16,5% no orçamento, seguido do Acre (14,1%), Piauí (13,3%) e Sergipe (13,0%).
Item essencial no lar dos brasileiros, o gás de cozinha, teve o valor congelado em R$ 13,51 nas refinarias da Petrobras, entre janeiro de 2003 e agosto de 2015. Em julho de 2017, quando foi implantada a nova política de preços da Petrobras, estava em R$ 17,81 e, em dezembro desse mesmo ano, chegou a R$ 24,38, salto de 37%.
De acordo com informações do Dieese, com base em dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em junho de 2017, o preço médio do botijão de 13 kg no Maranhão correspondia a R$ 54,65, passando para R$ 69,02 em junho de 2018, o que representou variação de 26,29% (a maior do Brasil). Enquanto isso, no Amapá, a variação foi de apenas 6,70% (menor no país no período).
O Dieese observa que as famílias do estrato 1 (10% mais pobres) têm demandas maiores do que a renda que recebem e tendem a estar endividadas. Além disso, cerca de 13,7 milhões de famílias participantes do programa Bolsa Família, que recebem benefício médio de R$ 178,04, comprometem cerca de 40% do valor que ganham na compra do botijão de 13 kg.
Desse modo, de acordo com o Dieese, a alta no preço do gás de cozinha e dos combustíveis tornou-se um grande problema para os brasileiros, pois o produto tem grande impacto no orçamento das famílias, sobretudo das mais pobres. Sem falar que o aumento afeta diretamente a taxa de inflação, elevando o custo de vida e depreciando o valor dos salários.
Na composição de preços ao consumidor final de GLP, a Petrobras responde por 32% do valor final, outros 18% são tributos (15%, ICMS, e 3%, PIS/Pasep e Cofins) e o restante, 50%, é composto por distribuição e revenda.
Outro aspecto destacado pelo Dieese é sobre a composição do preço do GLP no Brasil e regiões. Aproximadamente 33% do preço final é apropriado pelo produtor do GLP; 24,7% do preço gás se refere à margem bruta de revenda; 24,2%, à margem bruta de distribuição e custos de transporte; e 17,5% são tributos estaduais e federais.
No caráter regressivo da tributação, ou seja, os 17,5% cobrados pelo GLP 13 kg têm impacto muito maior nas faixas de renda menores, enquanto para as famílias com rendimentos mais elevados (10º decil), o gás de cozinha representa entre 0,3% e 0,8% da renda média. l

Mais

Gás de cozinha

O gás de cozinha é envasado em botijões de 13 kg e vendido nas refinarias da Petrobras para as distribuidoras. É chamado tecnicamente de gás liquefeito de petróleo (GLP). É o principal combustível de uso doméstico.

O Brasil consome, em média, 1,11 milhão de m³ de GLP por mês, quantidade que se mantém há anos. A capacidade de produção do país, entretanto, tem se reduzido. Nos primeiros meses de 2018, houve queda na produção nacional de cerca de 800 mil m³/mês para 670 mil m³/mês. A redução acontece por conta da recente decisão da direção da Petrobras de reduzir a participação da estatal no abastecimento nacional e, consequentemente, a produção em refinarias. Por outro lado, cresce a importação de GLP.

terça-feira, 24 de julho de 2018

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Por volta das 21:00hs, desta segunda-feira(23), foi dado início a operação “sossego” da Guarnição de Policia Militar-GPM, visando coibir o uso de descargas cadrons em motocicletas na cidade de Buriti dos Lopes.

O trabalho foi realizado por meio da polícia militar que se utilizando de uma viatura e uma motocicleta de alta cilindrada, que conseguiram apreender 03(três) motocicletas onde foi constatado o uso de canos adulterados provocando barulho e consequentemente perturbação do sossego público.
As motos foram levadas para a delegacia de polícia civil onde foi feito o auto de apreensão e os proprietários além de serem multados irão responder criminalmente por direção perigosa e perturbação do sossego público. “O objetivo dessa operação é diminuir os constantes problemas na cidade por conta do barulho excessivo”, explicou a policia militar.
A Polícia Militar ressalta ainda, que irá intensificar esse trabalho na cidade e terá o apoio tanto da Polícia Civil quanto do Ministério Público, objetivando o bem estar da população buritiense.
Participaram da operação o Sargento da policia militar J. Arimatéia o Soldado P Santos, que ambos, veem desenvolvendo um brioso trabalho na região, proporcionando tranquilidade para população. 

Por: Rurik Araújo(Portal do Rurik)

Com informações: GPM

sexta-feira, 20 de julho de 2018


Aeronave que transportava o ex-governador Wilson Martins (PSB), pré-candidato ao Senado Federal, fez um pouso de emergência na manhã desta sexta-feira na estrada próximo a cidade de Timon (MA).
Estavam também no avião monomotor, o deputado federal Rodrigo Martins e José Augusto, ex-presidente da Agespisa. 
Eles estavam voltando da cidade de Bom Jesus, extremo sul do estado.
Na sua rede social, Wilson Martins publicou uma mensagem para tranquilizar a população. 
Veja mensagem :
Amigos, retornando do sul do Estado, já chegando a Teresina, na estrada Timon-Poções, tivemos que fazer um pouso forçado. Fomos socorridos por um conterrâneo e parente de Oeiras, Michel Nunes, a quem agradeço muito. Todos estão muito bem e sem nenhum arranhão. 
Muita gratidão a Deus por esse livramento e ao André, piloto da aeronave, que com sua habilidade e perícia pousou o avião evitando o pior.
O deputado Rodrigo Martins (PSB) informou ao Cidadeverde.com que o acidente ocorreu por volta das 10h quando retornavam do sul do estado.
"Não sabemos o motivo. O motor do avião parou e o piloto com toda a sua habilidade conseguiu fazer um pouso forçado. Foi um grande susto. Graças a Deus todos estão bem. Ninguém ficou ferido". 
O monomotor fez o pouso de emergência no povoado Florata, zona rural de Timon. 
Foto publicda pelo ex-governador para mostrar que estão bem após o acidente.
Aguarde mais informações
Flash Yala Sena
yalasena@cidadeverde.com

quinta-feira, 19 de julho de 2018


O bebê não usava cadeirinha e estava sendo transportado no colo da mãe.
 
 Frente da pick-up ficou parcialmente destruída. (Foto: divulgação)

Um grave acidente de trânsito na manhã desta quinta-feira (19), no km 9 da BR-135, em São Luísm deixou uma criança de colo gravemente ferida.

O acidente ocorreu por volta das 10h50 envolvendo dois veículos: uma pick-up e um caminhão de pequeno porte.

Os dois veículos seguiam sentido interior para a capital, quando o caminhão reduziu a velocidade para passar em um quebra molas.

O veículo em que estava a criança de um ano de idade, era conduzido por uma senhora, avó da criança, acabou atingindo a traseira do caminhão.

O bebê não usava cadeirinha ou qualquer outro dispositivo de segurança e estava sendo transportado no colo da mãe. A polícia está averiguando a possibilidade da criança estar sendo transportada no banco da frente. Ela teve ferimento na cabeça e foi socorrida e levada para o hospital Djalma Marques, o Socorrão I na capital.

A equipe PRF entrou em contato com a mãe da criança que informou que o estado da criança é estável. Os outros ocupantes não se feriram no acidente.

Fonte: Central de Noticias


Um adolescente de 12 anos, identificado como Adenilson da Silva Rodrigues, morreu após se engasgar com um pedaço de carne nesta quarta-feira (18/07) no município de Campo Grande do Piauí.
Adenilson residia na localidade Chapada Nova, na zona rural do município, e se engasgou com um pedaço de carne enquanto almoçava e foi levado às pressas por seus pais para a Unidade Básica de Saúde da Sede da cidade, mas não resistiu e já chegou à UBS sem vida.
Adenilson era aluno da turma do 5ª Sério/6º Ano “A”, na Unidade Escolar Belchior Barbosa da Silva, no Povoado Carnaíba. Portador de Autismo, ele também frequentava o Atendimento Educacional Especializado (AEE) da Unidade Escolar Raimundo Esmero de Sousa, na sede do município.
Nas redes sociais, amigos e familiares lamentam sua morte. O corpo de Adenilson foi velado na residência dos seus pais, na localidade Chapada Nova.



Fonte: CG Notícias

[ POLITICA ] Após representação proposta pelo Ministério Público Eleitoral no Maranhão, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MA) decidiu, por unanimidade, na sessão do dia 4 de julho, multar os pré-candidatos Maura Jorge e Samoel Campelo, que concorrem ao Governo do Estado e ao Senado Federal, respectivamente.
Além do pagamento da multa, no valor de R$ 5 mil, os candidatos foram condenados a promover a remoção de todos os outdoors com suas imagens no prazo de dois dias.
Entenda o caso – Em representação proposta ao TRE no dia 18 de maio, o procurador regional Eleitoral Pedro Henrique Oliveira Castelo Branco pontuou que Maura Jorge fez propaganda eleitoral antecipada por meio de outdoors localizados em São Luís (MA), na Avenida dos Holandeses, na Avenida Daniel de La Touche e na Avenida São Marçal, locais de grande circulação na cidade, o que é vedado pela legislação eleitoral.
Foi constatado que as peças publicitárias apresentavam a imagem de Maura Jorge e Samoel Campelo, ao lado do pré-candidato à presidência da República Jair Bolsonaro, com os seguintes dizeres “Todo apoio aos pré-candidatos”.
Ainda de acordo com o procurador, a ação constitui indisfarçável propaganda eleitoral extemporânea, tendo em vista o propósito de introduzir sua imagem, desde já, ao eleitorado, para captar votos previamente.
Fonte Tribuna Maranhense.
Vereador João Wilson em sessão realizada no ano de 2017 

O Vereador João Wilson era um dos políticos com mais tempo de atuação no município, desde o período que Água Doce era apenas um distrito de Araioses. 

A prefeita Thalita Dias, emitiu Nota de Pesar pelo falecimento do vereador, ocorrido nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, 19 de julho, em Teresina-PI. A prefeita determinou ainda o adiamento do Governo Itinerante e o Arraial de Freixeiras, que estavam previstos para acontecerem neste sábado 21 de Julho.

VEJA A NOTA DE PESAR NA ÍNTEGRA

Foi com imenso pesar que recebi a notícia do falecimento do vereador João Wilson. Ele foi vice- prefeito, vereador e professor de nosso município. Neste momento de dor, me junto à família, pedindo a Deus que conforte seus corações. João Wilson deixa um grande legado, principalmente, na formação de uma família íntegra, honesta e do bem. 


Thalita E Silva Carvalho Dias
Prefeita Municipal

Fonte Blog  

segunda-feira, 16 de julho de 2018



Um grave acidente foi registrado entre duas motocicletas na madrugada de domingo (15/07/18), por volta da 01hs, na Rua da Caema, bairro Faceira, em São Bernardo - MA. 

Segundo informações repassadas ao PORTAL ROMÉRIO CARVALHO, Fernando Gomes Macedo, de 29 anos de idade, pilotava sua motocicleta em alta velocidade, onde colidiu em uma motocicleta que estava ocupada por Raulino da Silva, de 24 anos de idade, e um menor de J.C.S.N, 15 anos de idade. As vitimas foram socorridas por populares para o hospital Municipal Filipe Jorge, de São Bernardo com lesões graves, sendo que Raulino da Silva, de 24 anos de idade, teve uma fratura exposta na perna esquerda.

Ainda com o informe, populares haviam removidos as motocicletas do local do acidente. 






Com informações Romero Carvalho 
Ex-prefeito de Tutoia, Raimundo Nonato Abraão Baquil, o Diringa

O Ministério Público Federal (MPF) no Maranhão conseguiu, na Justiça Federal, a condenação do ex-prefeito e da ex-secretária de educação do Município de Tutoia, Raimundo Nonato Abraão Baquil (mais conhecido como ‘Diringa’) e Daisy Filgueiras Lima Baquil, por conta de irregularidades na administração e prestação de contas de recursos públicos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), recebidos em 2009.
Segundo o MPF, os gestores utilizaram os recursos do Fundeb sem o devido procedimento licitatório e documentação que comprovasse a realização dos gastos públicos, o que constitui ato de improbidade administrativa.
Diante disso, a Justiça Federal determinou que o ex-prefeito de Tutoia Raimundo Nonato Abraão Baquil e a ex-secretária municipal de educação do município, Daisy Filgueiras Lima Baquil tenham os direitos políticos suspensos pelo prazo de três anos e sejam proibidos de contratar com o Poder Público ou receber benefícios fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, pelo mesmo prazo. Além disso, devem pagar multa civil no valor correspondente ao dobro da maior remuneração recebida durante o mandato.

Fonte: Blog do Minard

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Três pessoas morreram e duas ficaram gravemente feridos na tarde desta quinta-feira (15), na BR-316, durante uma colisão entre um veículo de passeio e um caminhão baú.
Segundo as primeiras informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o acidente ocorreu no município de Peritoró, a 236 km de São Luís, nas proximidades do Posto da PRF.

Outras três pessoas foram encaminhadas para unidades de saúde em estado grave.



fonte coroata online 


Um estudante morreu na tarde de ontem (10) ao sofrer descarga elétrica quando carregava a bateria de um celular. O adolescente estava em sua residência no bairro Dirceu Arcoverde II, zona Sudeste de Teresina.
João Lucas Campelo de Sousa Peres, a vítima de 15 anos, chegou a ser socorrido e levado para o hospital do bairro. O estudante não resistiu ao choque e morreu. O corpo foi levado para o IML.
O adolescente é filho de um sargento do Batalhão do Rone (Rondas Ostensivas de Natureza Especial). 
Na manhã de hoje, familiares e amigos velam o corpo do adolescente João Lucas. O velório acontece no salão paroquial Diácono Nilson Santos da Igreja Imaculada Conceição de Maria, no bairro Tancredo Neves.
Familiares preferiram não gravar entrevista neste momento, também não informaram onde será o sepultamento do jovem, que deverá ocorrer na tarde de hoje. Muitos ainda não sabem como tudo aconteceu.
Cidadeverde.com recebeu a informação de que o adolescente sofreu a descarga elétrica ao colocar uma tomada no receptor. O eletrônico seria um carregador de celular que não pertenceria a ele, mas não há confirmação se ele estava usando ou não o aparelho.
Amigos da escola também estão presentes no local. A comoção e o choro tomam de conta desse momento de dor.
João Lucas estudava na Fundação Bradesco e estava em casa de férias. Alguns amigos vieram com a farda da escola para prestar uma homenagem. Eles estavam no 1° ano do Ensino Médio. O grupo já estava juntos há quase dez anos na mesma escola.
“Ele era uma pessoa maravilhosa, ele era doce e não fazia mal a ninguém. Ele gostava de ajudar os outros e se importava com os amigos”, disse a amiga Laysa Lima.
Flash Yala Sena e Carlienne Carpaso
redacao@cidadeverde.com

terça-feira, 10 de julho de 2018

Competência de magistrado substituto que concedeu HC é questionada e STJ e TRF-4 devem se manifestar. Favreto foi filiado ao PT e Moro despacha mesmo em férias.

Um domingo em que a combustão política e jurídica chegou a níveis exorbitantes, principalmente quando o nome de Luiz Inácio Lula da Silva está em jogo. Nos últimos meses, tudo que envolve o ex-presidente resulta em posicionamentos antagônicos e, muitas vezes, controversos. Até mesmo no Judiciário. Neste fim de semana não foi diferente. Durante a manhã e tarde dois juízes, um da primeira instância, Sergio Moro, e outro da segunda, Rogério Favreto, entraram em um embate de decisões judiciais. Apenas mais um reflexo da polarização que há quatro anos racha o país. Desde o início da operação Lava Jato, é comum ver Moro aparecer em fotos em eventos ao lado de políticos do PSDB. Agora, com os holofotes voltados a Favreto, descobre-se que ele já foi filiado ao PT e, no Governo Lula, ocupou cargos comissionados no Ministério da Justiça e na Casa Civil. No fim das contas, por causa das decisões, ambos poderão acabar punidos administrativamente.
Eis uma tentativa de síntese desse imbróglio. Mesmo em férias, Moro não acatou uma decisão de Favreto de soltar Lula. Na escala hierárquica do sistema judicial brasileiro, Favreto está acima do juiz da Lava Jato. Já o desembargador Favreto, que emitiu a ordem durante a escala de plantão do fim de semana, descumpriu o regimento interno do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, órgão ao qual pertence desde 2011. A disputa, aparentemente, havia sido resolvida quando um terceiro juiz entrou em cena. O desembargador João Pedro Gebran Neto, relator do processo de Lula na segunda instância, emitiu uma decisão determinando a manutenção da prisão. Favreto, contudo, decidiu descumprir a decisão de seu colega e emitiu nova ordem de libertação de Lula para que ele saísse em uma hora da prisão a partir da sua decisão. O tempo passou e não demorou para que um quarto juiz entrasse para resolver a pendenga. Por volta das sete e meia da noite, o presidente do TRF-4, Carlos Thompson Flores, determinou que o ex-presidente Lula deve permanecer preso. “Determino o retorno dos autos ao Gabinete do Des. Federal João Pedro Gebran Neto, bem como a manutenção da decisão por ele”, escreveu Flores no despacho. Encerrou-se, assim, mais um capítulo de uma batalha jurídica com tons políticos que se estabeleceu no Brasil e desgasta cada vez mais a credibilidade do Judiciário.
A competência do desembargador plantonista Rogério Favreto acaba na manhã de segunda-feira. Aí, caberá ao próprio TRF-4 ou ao Superior Tribunal de Justiça restabelecerem a ordem. Em uma alusão futebolística no momento de Copa do Mundo, eles seriam uma espécie de árbitro de vídeo que avaliaria se houve alguma irregularidade no processo. Um ou outro pode analisar o recurso do Ministério Público Federal que recorreu da ordem de libertação de Lula.
Ao menos em tese, tanto Moro quanto Favreto afrontaram regras, segundo especialistas ouvidos pelo EL PAÍS. Moro, não teria autonomia para despachar em um momento em que não está oficialmente trabalhando. Seu substituto deveria fazê-lo. Enquanto Favreto teria de respeitar o que prega o parágrafo 2º do artigo 92 do regimento interno do TRF-4: “O plantão judiciário não se destina à reiteração de pedido já apreciado pelo Tribunal, inclusive em plantão anterior, nem à sua reconsideração ou reexame, ou à apreciação de solicitação de prorrogação de autorização judicial para escuta telefônica”.
“A decisão do desembargador [Favreto] foi ilegal e ilegítima. Ele não poderia julgar uma matéria que já havia sido apreciada pelo tribunal”, afirma o promotor de Justiça Thales Tácito Cerqueira, que atua em Minas Gerais. O promotor ainda alega que o magistrado confundiu, em sua decisão, o direito político com o criminal, já que anuncia como “fato novo” no processo o anúncio da pré-candidatura de Lula à presidência e sua eventual impossibilidade de livre manifestação assim como de estar impedido de fazer pré-campanha. Lula é pré-candidato à presidência pelo menos desde janeiro. Mas no processo judicial dele, esse fato só apareceu na última sexta-feira, quando três deputados petistas apresentaram o habeas corpus no TRF-4.
Outros dois juristas ouvidos pela reportagem, os advogados Walber Agra e Roberto Tardelli, entenderam que não houve irregularidades nas decisões de Favreto, mas, sim, na de Moro. “Um juiz não pode falar sobre a decisão de uma instância superior. Estamos em um país onde há um vácuo de autoridade. E ele vai sendo ocupado por decisões judiciais que não seguem os mínimos parâmetros”, diz Agra. E completa Tardelli: “O que o juiz Moro fez é gravíssimo do ponto de vista institucional. Ele polariza e ‘tensiona’ as coisas de uma forma tão desnecessária. Alguém precisa botar limite neste homem”. O jurista Walter Maierovich, por outro lado, entendeu que Moro precisava se manifestar sim e oficiar o relator e juiz natural do caso, no caso, Gebran Neto. Mas acredita que ele extrapolou“ao declarar, antes de consultar o desembargador Gebran, que não iria cumprir a decisão do plantão do TRF, de hierarquia superior a dele”, escreveu ele numa análise publicada em sua página no Facebook.
Maierovich também vê como nulas decisões de um juiz sem a competência para julgar no papel , como é o caso de Favreto. “Até as pedras sabem que o caso soltura de Lula, concessão de efeito suspensivo a recurso especial (STJ) ou extraordinário (STF) e inelegibilidade, serão decididas pelo Plenário do STF”, descreve ele, que lembra, ainda, que questões eleitorais são da competência das cortes eleitorais e não de plantões de tribunais federais regionais. Entre os argumentos de Favreto para liberar Lula estava o fato de ele ser pré-candidato à presidência.
Em janeiro deste ano, o ex-presidente petista foi condenado pelo TRF-4 a 12 anos e 1 mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele foi considerado culpado por receber um apartamento triplex no Guarujá (SP) como pagamento de propina por meio da empreiteira OAS, uma das envolvidas no escândalo de corrupção da Petrobras. Lula e seus advogados dizem que ele é inocente e está preso por uma decisão política.
Política ou não, os poucos momentos em que Lula acabou solto (apenas no papel, porque não houve tempo de a ordem ser cumprida) mexeram com o cenário político brasileiro. Em questão de minutos, militantes contrários e a favor do petista dispararam uma série de mensagens nas redes sociais e por meio do Whatsapp informando que pediriam a punição tanto de Moro quanto de Favreto.
“A manifestação de Moro é passível de punição administrativa, sem dúvida”, brada o deputado Wadih Damous (PT), ex-presidente da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro e um dos autores do habeas corpus que pedia a libertação do petista. Em nota, Moro informou que, de fato, ele está em férias entre os dias 2 e 31 de julho. Porém, “por ser citado como autoridade co-atora no habeas corpus, ele entendeu possível despachar no processo”.

Cores políticas em decisões do Judiciário

Assim como os pedidos de punições dominaram os posicionamentos dos grupos políticos antagônicos, bastou a decisão de Favreto ser expedida, no fim da manhã de domingo, para que seu histórico aparecesse. Desde 2011 ele é desembargador no TRF-4. É um dos representantes do quinto constitucional, tendo sido indicado para o cargo por seus colegas advogados e empossado pela então presidenta Dilma Rousseff (PT). Seu histórico no PT é antigo. Se filiou à legenda em 1991. Foi procurador-geral de Porto Alegre quando a cidade era governada por Tarso Genro (PT). Em 2005, Favreto teve um cargo comissionado na Casa Civil da Presidência da República, no Governo Lula. Dois anos mais tarde, voltou a trabalhar com Tarso Genro, agora no Ministério da Justiça. Lá esteve até 2010, quando se desfiliou do partido. No TRF-4, é um dos poucos que se manifesta contra as decisões da Lava Jato.
O caso de Favreto não é incomum no Judiciário brasileiro, mas costuma ter maior destaque no Supremo Tribunal Federal. Dos 11 ministros do STF, ao menos cinco já foram filiados ou tiveram ligações com políticos. Marco Aurélio Mello foi alçado à corte pelas mãos de seu primo, o então presidente Fernando Collor (PTC). Gilmar Mendes ocupou cargos na gestão de Fernando Henrique Cardoso, sendo o mais alto como Advogado-Geral da União. Cármen Lúcia foi procuradora-geral de Minas Gerais na gestão de Itamar Franco (PPS). José Antonio Dias Toffolli advogou para o PT e foi advogado geral da União na gestão Lula. Enquanto Alexandre de Moraes era filiado ao PSDB, ocupando cargos no governo do tucano Geraldo Alckmin, e depois foi ministro da Justiça de Michel Temer.
Já Moro, o juiz que conduz a maioria dos processos da Lava Jato, é apontado por parte dos condenados na operação como um magistrado político. O que ele, evidentemente, nega. Desde que a operação surgiu, é frequentemente visto em eventos com tucanos. Já posou ao lado do senador Aécio Neves (PSDB) em uma ocasião em que ambos foram homenageados, e, recentemente, esteve com o ex-prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), em um encontro nos Estados Unidos. Sobre essa última aparição, Moro já afirmou que não tem nenhuma relação com o político e minimizou sua aparição ao lado de Doria. “São circunstâncias diferentes, estar em um evento do social e tirar uma foto, não significa nada, acho uma bobagem isso”, afirmaram à época.
Com os nervos políticos à flor da pele, o fim de semana foi de alta voltagem. Quando se esperava que alguma autoridade das cortes superiores se manifestasse ou tomasse alguma decisão, a presidenta do STF, Cármen Lúcia emitiu uma nota à imprensa. No documento, ela disse que a Justiça é impessoal, ressaltou que o Poder Judiciário segue ritos próprios e cobrou a atuação dos órgãos locais. Um trecho da nota: “A democracia brasileira é segura e os órgãos judiciários competentes de cada região devem atuar para garantir que a resposta judicial seja oferecida com rapidez e sem quebra de hierarquia, mas com rigor absoluto no cumprimento das normas vigentes”.



FONTE: EL PAÍS Brasil 

segunda-feira, 9 de julho de 2018

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